domingo, dezembro 31, 2006

Arte de perder toda a razão - Porquê?


Está consumada a execução de Saddam Hussein! Pior do que a estupidez da execução, só mesmo a oportunidade perdida, para se efectuar um debate sério sobre a abolição da pena de morte em todos os países onde ela, infelizmente ainda existe.
E eis que, com a estupidez de um acto executado em apenas alguns segundos, se perde toda a razão conquistada ao longo dos anos em relação a Saddam. Este, será sempre alguém que a história se envergonhará de lembrar, sendo que, ninguém tinha o direito de o enforcar.


Ainda ontem vi um filme, que nos mostrava uma sociedade enraizada em valores éticos e morais. Aí no caso de alguém cometer um homicídio e ser descoberto o homicida, este último era transportado em barco para o meio de um enorme lago e aí largado, sendo que a família da vítima tinha duas opções: 1-Deixava morrer o homicida afogado, 2-Nadava até ao mesmo salvando-lhe a vida. A moral da história é a de que os que optavam pela primeira hipótese nunca conseguiam ultrapassar a perda do familiar, mas os que optavam por salvar a vida do homicida, acabavam por mais tarde conseguir fazê-lo, isto porque a morte de qualquer criminoso, por muito tirano que este possa ter sido, jamais devolverá a vida aos que partiram, pois jamais nos devolverá a alegria da companhia daqueles que nos eram tão queridos. Assim, deixo aqui o meu grito:
ACABEM COM A PENA DE MORTE EM TODO O MUNDO!

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Violência Automibilistica

Estamos a chegar ao fim de 2006 e as notícias no que diz respeito a acidentes mortais em que estão envolvidos feridos graves não param de aumentar. Na minha opinião são inúmeras as razões que estão na origem destes acidentes.
Começaria por referir a falta de cultura cívica existente neste momento na sociedade portuguesa, em que impera o egoísmo e o egocentrismo. O facto de alguns só pensarem em si, faz com que pensem, que eles são os únicos na estrada com pressa de chegar ao destino e todos os outros, não são mais que obstáculos que o destino lhe colocou para os impedir de chegar onde desejam. É esse mesmo egoísmo que faz com que alguns automobilistas conduzam sob efeito de álcool e drogas com todos os perigos, que felizmente hoje são do senso comum, que estão inerentes a este acto para si próprio e para todos os outros condutores.
Outro factor reside no sistema de ensino de condução em Portugal. Todos temos conhecimento de como são tiradas cartas de condução em determinadas zonas do País. Não há quase nenhum português que não tenha uma história para contar acerca da forma como outros ou ele próprio tiraram a carta. Assim, este é mais uma vez um problema social e não um problema relacionado com as estradas. Enquanto neste País, a corrupção imperar da forma que impera em todos os sectores de actividade, jamais conseguiremos alcançar o patamar a nível europeu que todos nós (espero eu!) desejamos.
Em outras ocasiões, o traçado das estradas poderá ter alguma importância no acontecimento de acidentes, mas nunca é o factor principal promotor do acidente. Quanto aos aspectos climatéricos, problemas de manutenção das estradas, etc. incluirei todos estes factores em acontecimentos a que eu chamo aleatórios, assumindo eu o erro que consiste na inserção da manutenção das estradas no campo da aleatoriedade.
Pois bem, mudem-se as mentalidades, e mudar-se-á o nosso rumo em direcção ao sucesso!

domingo, dezembro 24, 2006

Natal - Um época diferente


Estamos a terminar mais uma época festiva para todos os cristãos e não só. É impressionante o espírito contagiante que se respira nas ruas de qualquer aldeia, vila, cidade deste país. A mim fascina-me esta comunhão de sentimentos. Alguns dizem, com razão que não concordam com o facto de alguns dos maiores problemas sociais desta e de outras sociedades, apenas sejam lembrados nesta data. Concordo com eles, no entanto a minha opinião é que, sem esta data possivelmente esses problemas jamais seriam lembrados por todos nós. Uma das frases mais hipócritas que ouço constantemente nesta data, é que as pessoas com maiores responsabilidades neste país apenas se lembram dos mais desfavorecidos nesta altura. Pois bem, o facto de tornar-mos melhor a vida destas pessoas é uma responsabilidade social pelo que nós (nos quais eu me incluo) que não tivemos qualquer acção de apoio para com estes cidadãos, jamais teremos o direito de julgar quem quer que seja por se lembrar deles nesta festa natalícia.
O que mais me fascina nesta época é que mesmo aqueles que não acreditam legitimamente em Deus, pois essa é uma convicção pessoal, se deixam contagiar por esta época e acabam por participar quase involuntariamente, acabando por se esquecer que estão a festejar o nascimento de Jesus Cristo. Nesta época, a ideia de comunhão, seja ela de pessoas, de pensamentos..., supera por completo aquela infeliz ideia com que nos deparamos constantemente e que consiste num atropelamento sem escrúpulos de tudo e de todos com o propósito de alcançar todos objectivos pessoais a que se propõem a maioria dos cidadãos.
Só por isso vale a pena dizer para todos os que me visitam sejam eles cristãos, muçulmanos, ateus, etc etc...BOM NATAL!!!!!

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Hora - Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen

Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar

Actuar ou reagir? Que dilema!


Neste cartoon vemos o programa nuclear iraniano, mas o poder da chantagem está presente á escala global, em todos os países. Perante tais situações, o medo de perder nunca pode ser maior que a vontade de ganhar. Sempre que praticamos uma acção, estamos a antecipar uma possivel reacção, ganhando assim tempo e o controlo da situação perante qualquer adversário, seja ele físico ou psicológico! Por isso actuem sempre que a acção se justifique perante a vossa consciência!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

O Sopro que faltava no Apito


Este tem sido o tema em maior destaque na agenda mediática portuguesa desta semana.Fazendo a cronologia dos acontecimentos, diria que tudo começou com o lançamento do "livro" de Carolina Salgado. Que me desculpe a autora, mas de livro tem muito pouco, uma vez que dele constam aspectos sem qualquer relevância factual ou outros, sobretudo os que estão relacionados com a vida privada da autora e de Jorge Nuno Pinto da Costa durante o relacionamento. Teria toda a pertinência este livro, se o objectivo fosse pura e simplesmente relatar factos reais, com base numa história de vida, mas deixando sempre de lado aspectos da vida pessoal de ambas as partes. A verdade é que num país em que as Floribelas, as Quintas das Celebridades, etc...conquistam cada vez mais e melhor o seu espaço, um livro desta natureza, conquistou facilmente o seu. Centrou facilmente todas as atenções da comunicação social portuguesa e por arrasto da sociedade portuguesa em geral. De tal forma que hoje, o próprio Ministério Público assumiu que a publicação do livro tinha contribuído para o acelerar da nomeação da Procuradora Adjunta Maria José Morgado para a coordenação de todos os processos relacionados com o processo "Apito Dourado". Congratulo-me com a escolha, porque ao longo dos anos Maria José Morgado tem sido um rosto de coerência na sociedade portuguesa e toda a sua conduta tem sido pautada por imparcialidade, coragem e competência. Penso que neste caso, é a mulher certa no lugar certo, pois garante não só aos arguidos, bem como aos queixosos, uma investigação séria e que realmente procurará encontrar a verdade, indiferente a pressões de qualquer tipo e doa a quem doer. Na minha opinião a Procuradora Adjunta será como que um sopro no apito, pois será dela o apito inicial no que respeita á procura da verdade relacionada com um "jogo" que tanto tem envergonhado todos aqueles que gostam não só de futebol, como também de verdade e transparência.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Eutanásia - A moral e as leis

A eutanásia é um dos temas mais apaixonantes da comunidade mundial, devido á amplitude de conceitos que engloba.
Hoje em dia, ainda são muitos os que olham para este tema com base na moral instalada nos seus países, sendo esta leitura, na minha opinião um acto intelectualmente preguiçoso e consequentemente desonesto. Preguiçoso porque recusando-se a pensar num tema desta importância, o homem está a esquecer-se de pensar sobre um dos conceitos mais pequeno em termos de letras e maior no que á sua definição diz respeito. Refiro-me obviamente ao conceito vida. Se nenhum de nós possuir uma forma própria de encarar este conceito , nunca poderemos ter uma opinião consistente sobre temas como eutanásia, procriação medicamente assistida, aborto, etc... Obviamente que o resultado da forma como cada um aborda o conceito, irá levar a uma grande variedade de opiniões, no entanto se estas forem resultado de uma reflexão indivual, e não com base na moral e leis instaladas, serão muito mais valiosas e sobretudo consistentes. Expresso esta ideia numa imagem (uma árvore, em que o acto de reflexão será o tronco, sendo os ramos, o resultado dessa mesma reflexão, ou seja a forma como cada um encara o conceito vida). Desta imagem, retiramos que o que dá suporte á árvore é o tronco,por isso não se esqueçam, questionem tudo o que envolve estas quatro letras, VIDA, antes de emitirem qualquer opinião sobre temas onde o direito á vida está em causa.
Obviamente não posso deixar de emitir a minha opinião sobre o tema. Admito que já pensei de forma contrária, mas hoje sou completamente a favor da eutanásia em casos concretos de inaptidão total para a vida por parte do doente. No meu conceito de vida, não encaixa o conceito de estado vegetativo...isso para mim não é viver! Admito que, seja por vezes muito dificil definir a fronteira entre o que é um estado vegetativo e que não é, mas na minha opinião é muito mais justo/correcto ser o doente a definir essa fronteira, do que sermos nós sociedade a fazê-lo, pois não sabemos o sofrimento a que o doente está a ser sujeito, nem sabemos sequer se este ainda tem forças fisicas e psicológicas para continuar a lutar por algo que lhe é, na minha opinião intrínseco (O GOSTO DE VIVER)!

domingo, dezembro 03, 2006

SIDA - Para quando a consciencialização do perigo?


Ainda ontem foram publicados os mais recentes (arrepiantes)dados sobre a SIDA no nosso país. A verdade é o mais arrepiante dado seja o desconhecimento da dimensão do problema, de acordo com o principal responsável da luta contra esta doença! O nosso Governo aposta numa diminuição em 25% da mortalidade até 2010, enunciando várias medidas que estarão em discussão até Março de 2007. Obviamente não debaterei individualmente as medidas, até porque ainda estão em fase de discussão, mas sim a principal ideia que me ficou do discurso do Ministro da Saúde,Correia de Campos. Segundo este, o papel dos agentes de saúde no que á prevenção, á informação e ao rastreio da doença diz respeito, tem de ser muito mais activo, e disse-o muito bem. Eu como futuro farmacêutico, não conseguia entender o porquê de tanta desconfiança por parte de toda a sociedade todos, e repito TODA A SOCIEDADE em relação a pessoas susceptíveis ou com SIDA. Hoje em dia houve progressos enormes no que ao tratamento do HIV diz respeito , mas infelizmente essa mensagem não foi adequadamente passada aos cidadãos,pelo que todos olhamos um seropositivo como um "inválido", cuja única função neste mundo é contar os dias que sobrevive! Eu recuso-me a aceitar esta ideia e tal como o Ministro da Saúde defendo que a Sociedade Portuguesa tem de uma vez por todas conscencializar-se da importância da prevenção, e do rastreio desta doença, sem que o acto de fazer um teste ao HIV, seja motivo de reprovação socia! Este teste deve passar a ser encarado como um teste absolutamente normal, pois isso permitirá que todos os que por qualquer motivo, apresentem resultados positivos ao teste, comecem rapidamente a ser medicados e tratados, por forma a que não contem somente os dias que sobrevivem, mas sim que a sua vida seja preenchida pela normalidade do quotidiano a que têm direito!