sexta-feira, março 02, 2007

O PREÇO QUE PAGAMOS PELA FALTA DE QUALIDADE NOS TRANSPORTES DA CP


É inconcebível o que acontece no comboio regional da CP que faz a Linha da Beira. A imagem que em cima vos apresento é uma fotografia verídica tirada por mim, numa das viagens entre Coimbra e Fornos de Algodres.

A sujidade dos bancos chega a ser em alguns casos arrepiante, sendo que esta situação já se verifica há alguns meses, sem que a entidade responsável faça o que quer que seja para resolver a situação. Julgo que se queremos que cada vez mais os portugueses, utilizem mais os transportes públicos em detrimento do automóvel, é necessário garantir que estes últimos para além de serem mais atractivos do ponto de vista ecológico, o sejam do também do ponto de vista financeiro, espaço temporal e sobretudo da qualidade e segurança do serviço. Ora, se do ponto de vista ambiental a mais valia está salvaguardada, todos os outros pontos são quase esquecidos pelas entidades, sobretudo a relação qualidade preço!

Julgo sinceramente que, ou a CP não sabe o que significa a palavra manutenção, ou então está a percorrer um caminho errado, uma vez que, ao querer tudo ganhar sem nada gastar, acaba por não corresponder ás expectativas e necessidades dos seus clientes, o que poderá originar insatisfação nos mesmos, conduzindo a um processo de declínio da empresa.

Vou transcrever a minha última conversa com o revisor na minha última viagem no regional...

Eram onze da manhã quando apanhei o regional na estação de Fornos de Algodres rumo a Coimbra. Sentei-me e rapidamente procurei encontrar o banco menos sujo para que me pudesse sentar. Olhei em meu redor e reparei que viajava pouca gente no comboio e estava a sentir uma enorme necessidade de esticar as pernas. Então coloquei a minha mochila da escola no banco e coloquei os pés por cima da mochila. Qual não é o meu espanto quanto o revisor se aproxima de mim e mesmo antes de me pedir o bilhete dispara:
- " Então acha que os pés estão bem aí "?
Eu respondi:
- " Desculpe, mas como não estava ninguém, coloquei a mochila para não sujar os bancos e estiquei um bocadinho as pernas, mas pronto eu retiro a mochila e sento-me normalmente.
- "Acho bem" atirou ele enquanto me pedia o bilhete...
Enquanto tirava a mochila vi a sujidade que estava no banco e quando ele já se dirigia para outra passageiro disse-lhe:
- " Senhor revisor obrigado por me ter avisado...é que como o senhor vê estava a sujar completamente a mochila pelo que lhe agradeço o facto de zelar melhor pelas minhas coisas do que pelas suas..."
Ele envergonhado respondeu:
-"A responsabilidade não é minha, é da administração..."

Que falta faz a concorrência em alguns sectores da sociedade portuguesa...

1 comentário:

Al Cardoso disse...

E por muitas coisas como essas, que cada vez mais pessoas preferem os automoveis.
De facto e um dos melhores transportes que deveria ser estimulado. Ate o "Intercidades" se encontra cada vez mais desprezado e sujo!

Um abraco fornense.