Luta contra a violência doméstica - A preservação da dignidade humana!

É com agrado que vejo noticiado nos jornais que "o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, inaugurou hoje o site http://www.parlamento.pt/violenciadomestica/ , como sinal do empenho do Parlamento na luta contra este tipo de crime".

Este é um dos crimes mais bárbaros e infelizmente mais comuns praticados na sociedade portuguesa. A verdade é que ainda hoje, no Portugal do séc. XXI, não existe a consciência cívica para a problemática destas agressões. Na minha opinião, mais importante do que o julgamento destes casos em tribunal, é o julgamento que deve ocorrer na consciência de cada ser humano, de modo a que se irradie de vez com todos os actos que ponham a dignidade humana em causa.

Estes crimes de violência doméstica são cada vez mais comuns, sendo que obviamente todos os números que possam surgir no que diz respeito a este tipo de crime, serão sempre inferiores á realidade, uma vez que a quantidade de casos de violência doméstica silenciados serão sempre muitos. Este silêncio deve-se normalmente ao receio das consequências que o acto de denúncia podem ter na imagem social, não só da pessoa lesada, como também de todos os familiares e pessoas próximas. Um outro facto que leva ao silenciamento deste tipo de agressões, consiste no facto, de a pessoa lesada muitas vezes considerar num grande acto de fé, que aquele acontecimento terá sido esporádico e pode ser explicado pelas mais diversas razões sobretudo de foro psicológico. Na minha opinião, uma agressão deste tipo deverá sempre ser denunciada independentemente das atenuantes de ordem psicológica, física ou emocional.

Assim aqui deixo as minhas felicitações á Assembleia da Republica pela criação deste site, sendo que mais vela tarde que nunca! Visitem-no e caso tenham conhecimento de um acto de violência doméstica, denunciem esse acto ou incentivem a pessoa lesada a fazê-lo, pois só uma consciencialização do valor da dignidade humana na sociedade poderá erradicar este tipo de crime.